sábado, 25 de abril de 2015

Eu às paredes me confesso

Estupidifica-me a leviandade com que deixam escrito pelas paredes a palavra amo-te. É difícil apregoarem-na a quem de direito. Cheios de snobismos, de comigo ninguém faz farinha, pois não meus queridos, convosco fazem logo o bolo todo.

Porque se me espantam as palavras que escrevem, em nada me surpreende que as não digam. Pois, à semelhança do levantar o lápis, o levantar uma lata de spray de tinta, pode ser mais confortável, mais sem resposta, mais sem medos da reciprocidade tremula. Um não quero saber o que pensas, ó Maria, ó Teresa, ó Sofia, ó todas aquelas amadas que por aí existem nas paredes ... Já na vida real, poucas são as que são puxadas, agarradas, beijadas e por fim (bem) amadas. Sim, bem! Que mal amadas, meu Deus, é o que por aí não falta...

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