quarta-feira, 22 de maio de 2013

Era uma vez ...

... duas meninas que gostavam muito de sua prima.
Sua prima a desmiolada, sempre lhes telefonava no seu dia de anos.
E trinta e cinco dias após o seu aniversário, elas continuavam a ir ao correio, insistentemente, à espera de que fosse o dia do seu presente chegar.

Esse presente, mais do que continha, trazia sempre um bilhete, escrito à mão, numa letra ainda indecifrável, para elas.
E riam e sorriam e rodopiavam quando o viam.
Pulavam mais com o bilhete do que com o presente.
Gostavam mais de receber estas cartas do que de chamadas telefónicas intocáveis.

Os presentes, eram nada mais do que histórias do mundo, lições de vida ou estímulos de aprendizagem.

Os bilhetes, eram recordações em papel de quem lhes apetecera tocar naquele instante.


[assim é a história das minhas primas. 
sempre lhes ligo no aniversário.
O presente nunca as acompanha.
Mas do lado de baixo do país as sinto vibrar,
com cada mensagem que lhes anexo às lembranças.
Há miúdos assim.
Há miúdos assim, que ainda dão graças às pessoas que têm]
[e eu graças dou, pela família que me acompanha]

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