terça-feira, 18 de agosto de 2015

Manhã intensa


Hoje, por engano de horários, fiquei por ali a esperar. Pedi um café e quem me atendeu esperou que me sentasse e aguardou-me. Perguntei-lhe a que horas abria a loja. Disse-me para esperar mais um pouco. Chegou-me com uma bandeja, em forma de hexágono amarelo, com duas mini panquecas, regadas de pó de açúcar. Levantou o sobrolho, com ele arrastando os cantos dos lábios, e ofereceu-me.

Não sabe o significado da cor, nem tão pouco do pó de açúcar, e ainda menos o que eu lhe iria comprar à loja ... Eram frases de bem querer. Em francês, para que rimassem com o pó do açúcar, ou com o sabor das miniaturas. 

Perdi-me no regresso. Perco-me sempre. Sabes disso. E por entre o pátio das cantigas que toma forma em frente ao circo das feras, encontrei a parede exterior do café de São Bento, pintada com dois olhos, de Íris com heterocromia. O da minha cor, estava semi-cerrado, bem ao jeito que ando sempre. Não sei quem ali me foi pintar os olhos ou porque quis que ali os visse. Por baixo um nariz munido de um arganel. Tão ao jeito destas vidas em que andamos ... umas vezes em touradas, outras, como touros, a medir forças.

Pudesse eu, ser a bússola ...

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