domingo, 2 de agosto de 2015

Não lhes soube o nome

Chego-me com o intuito de ali me estender e estendo. Defronte delas. Estendo-me e encolho-me, esperando que a terra me engula e me faça uma mágica desaparecida por instantes.
Ali estou, estirada, recebendo a energia solar, só ela capaz de me acalmar os anseios que o dia me trouxe e a noite me suspirou, de baixinho, pelo ouvido direito adentro.
A voz delas soa-me mais alto, que esse soslaio, que de mansinho entrou e por ali ficou em turbulência.
Dizem-se, umas às outras, como foram os servires de casamentos dos seus filhos. Os bons e os piores. Os mais caros e os mais em conta.
Das horas que se seguiram à meia hora que por ali debitaram os pormenores dos manjares, de nada pude concluir acerca da felicidade dos intervenientes. Nem delas próprias. Mães mais velhas, sentadas numa cadeira atrás de mim, deitada pela toalha. Nenhuma palavra sobre quem se casou. Quantas vezes se beijaram, ou mesmo quanto tempo durou o tempo para todo o sempre.
Talvez seja isso mesmo o casamento. Uma festa para os pais. Uma obrigação para os convidados. 
Tudo o que é pedido, é que seja bem servido. 
Tudo o resto, espera-se, que corra bem.
Mas falar falar, não se fala do assunto ...

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