quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A história do barco

Passei ali na marginal de Cascais; Estoril ... vim até Lisboa.
De soslaio, apenas a quantidade de vezes que a condução segura o permitiu, olhei para a direita e acompanhei o mar. Os navios longe e perto relembraram-me as profissões que me foram talhadas por uma professora de psicologia no secundário.
Não tínhamos feito testes psicotécnicos. Afinal de contas estávamos no fim do mundo.

Oferecemos-lhe essa árdua tarefa de designar para cada um dos elementos da turma, as profissões em que nos veria futuramente.

Contrariamente ao que eu queria, a mim disse-me ENGENHEIRA DE MÁQUINAS.

WTF????
- Vejo-te como comandante, de um navio ou avião - disse ela.

Mas eu teimei em seguir a minha convicção - a área da saúde.
E hoje, ali a olhar para o barco lembrei-me deste episódio.
Afinal um barco também comando. E muitos são os dias em que tento, no meio do lodo onde me movo, levá-lo a bom porto.

Por vezes erramos. Por vezes acertamos. E a nossa tarefa, seja qual for o meio que utilizemos para a desempenhar será, sempre, desenhada à imagem da nossa força. Seja qual for o caminho que designemos percorrer.

Eu sempre disse que haveria de alcançar a ilha. Não disse que me recusava a atravessar o lodo para lá chegar.

Mas há dias difíceis ...

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