quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Casa antiga ...

A casa antiga da madrinha da minha mãe, era assim.
Prendia-me a atenção aquela janela, rodeada de banquinhos de pedra. Prontos a receber quem lá se quisesse poisar.
Prontos a puxar pela minha imaginação, pela minha visão que assumava àquele vidro e pela minha surrealidade que imaginava, sempre, aquém do que via.
Ainda hoje, por este país fora, cada vez que vejo uma destas .. me sento e penso ... que há coisas que ninguém vê. E viver sozinha de alma, por vezes também me cansa.


E ela, madrinha da minha mãe, continuava a sua renda de bilros, enquanto nós, pequenos fugazes, corríamos as tardes inteiras por aquele enorme corredor fazendo estalar o soalho.
Penso que a casa ainda está à venda. E aquele soalho à espera de um pé que o aprecie. E aquela janela, aguardando quem lhe imagine as histórias por detrás daquilo que ela vê.

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