segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

chair

Na casa da minha avó, não havia cadeiras de baloiço, nem movimentos suaves de oscilação.
Cuidava-se a tempo inteiro dos meninos e não se vacilava.
Distribuíam-se os alimentos e os afectos. As carícias e os sorrisos.
Faziam-se as nossas vontades.

Nos meus sonhos a minha avó descansaria agora numa cadeira de vai-vem, num ritmo leve e repetido. Num deleite constante de contemplação sobre o que fizemos de nós.

Nos meus sonhos a minha avó está sentada nela, a ouvir-me. Com uma manta nas pernas, porque é o único sítio onde lhe chega o frio. As mãos, destapadas, trabalham sem fim. A cabeça ... bem, a cabeça ouve tudo. A boca sorri. Como no último dia em que a vi.

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