quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

E a partir dali, soubera-o amável

Amável como verbo, não como adjectivo.
Propusera-lhe um jantar a meio de Dezembro. Frio de rachar, calçada do bairro acima e abaixo.
Tiveram dificuldade em lhe encontrar o local para jantar.
Ele já conhecera o restaurante. Ela, apenas teria dele, ouvido falar.
De gola alta, casaco comprido e pernas à mostra, envoltas nuns collants finos, mais transparentes que aconchegantes, sorriso amarelo e um solto: eu ainda aguento. Se era com ele, ela aguentaria.
Dele gostava-lhe a apresentação e o interior prometera-lhe algo que sempre ousara não verbalizar.

Do jantar, não se recordava do sabor. Apenas visualizava as gargalhadas que tinham dado, durante o mesmo. O calor do restaurante e as luzes de Natal que piscavam por detrás dele.
Na hora da sobremesa, o garçon aproximara-se com uma carta de doces.
Ele pedira-lhe:
- Uma fatia de melancia, fresca e rosa, se faz favor!
E ali começara, a vida deles, amados e sorridentes ...

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