terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O amor com que me enchem ...

e é nestes dias ao contrário, em que a mulher a dias e o guarda nocturno, ou neste melhor exemplo da guarda nocturna e do homem-a-dias, que o amor se faz e não tem tempo para se dizer.

Ela chega a casa de manhã, quando ele já saiu. Veste-lhe o robe e as pantufas de lã de borrego, cerca de 5 números acima do seu.
Arrasta os pés nas mesmas. Pesa-lhe o corpo devido à desproporção do robe. Mas passeia-se, assim pela casa, como que emoldurada pela falta que ele lhe faz.

Á noite, mal o tempo chega para estarem juntos. E muitas vezes é ainda ele que lhe prepara o jantar, lhe prepara o lanche para a noite, arruma a loiça e lhe enrola o cachecol ao pescoço.

Não neguem o amor que um homem pode ter por uma mulher. Tal como não neguem a falta que a mulher sente do seu homem.
E assim esperam os dois, encontrar-se um dia, por mais tempo, num mundo físico e real. Afastam o queixume que lhes prende a respiração e seguem, para mais um dia.

Melhores dias virão... por enquanto penduramos o amor no cabide, e seguimos em frente ...

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